quinta-feira, 7 de novembro de 2013

10 Filmes Sobre: Morte e Luto

A finitude é o pré-requisito da existência. Em seu livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Saramago nos diz isso claramente, com a rudeza das palavras naturais: "O barro ao barro, o pó ao pó, a terra à terra, nada começa que não tenha que acabar, tudo o que começa nasce do que acabou."

Os filmes abaixo mostram um pouco da nossa difícil relação com essa constante companheira. 


A Fonte da Vida 
(2006)

Filme interessante, com uma narrativa inusitada, conta a história de um homem e seu confronto com a morte em três épocas distintas - passado, presente e futuro - na busca pela eternidade ao lado da mulher que ama.

A negação da morte, as fases do luto e a transcendência do amor são os aspectos principais deste filme belíssimo. 

"Juntos, nós viveremos para sempre."



Abraços Partidos 
(2009)

Harry Caine é um escritor cego que mora em Madri e é assessorado por Judit e seu filho, Diego. Quando Harry fica sabendo da morte de Ernesto Martel, um rico empresário, o seu passado começa a ecoar. Acompanhamos, então, a história de Mateo Blanco, nome verdadeiro de Harry, e seu trágico envolvimento amoroso com Lena, a amante de Ernesto.

Pedimos que você dê atenção especial pra cena das fotografias picotadas. Depois conte pra gente como foi!

"Você acha que vale a pena seguir adiante? Ou é loucura?"



A Partida
 (2008)

Belíssimo e delicado, A Partida ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009. Não é pra menos. Conta como um músico, ao ver-se desempregado e obrigado a voltar para sua casa numa pequena cidade, aceita um emprego inusitado como ajudante numa funerária, preparando os corpos para o ritual de despedida e cremação.

Com direção e fotografia primorosas, o filme fala de morte e renascimento, de perdas e reencontros, da vida como passagem. Imperdível!




Anticristo 
(2009)

Escrito e dirigido por Lars Von Trier (Dogville, 2003), o filme conta a história de um casal que, de maneira trágica, perde o único filho. O marido, psicoterapeuta, acredita que dá conta do luto dele mesmo e da mulher, e resolve levá-la para uma cabana no meio da floresta para que possam confrontar seus medos e superar de uma vez o trauma. 

O filme, na verdade, tenta mostrar o lado mais escuro (e, talvez, mais humano) da alma, numa versão de “paraíso” correspondente a essa sombra. Não é exatamente um SUPER filme (na humilde opinião deste blog, claro), mas é curioso e não deixa de ser divertido ficar procurando elementos simbólicos soltos o tempo inteiro por quase todas as cenas. 

"A Natureza é a igreja de Satã."



A Balada de Narayama
 (1983)

Numa pequena vila do Japão, quando o idoso atinge 70 anos, deve ser levado para o topo de uma montanha para aguardar a morte. Orin é uma senhora de 69 anos e sabe que, no inverno, deverá fazer o caminho sagrado para não desgraçar sua família. Seu filho não aceita a tradição, mas Orin está disposta a fazê-lo entender a importância de cumprir o ritual, tomando para si a incubência de organizar a vida dele para poder partir em paz.

Um filme forte, que vai de encontro aos nossos valores ocidentais contemporâneos. No entanto, desperta para o fato de que, no doloroso caminho para a morte, podemos encontrar a nossa humanidade.





Minha Vida Sem Mim
 (2003)

Ann é uma jovem mãe de família que vive uma vida simples e feliz, morando num trailer. Desconfiando estar grávida novamente, Ann procura um médico e acaba descobrindo que está com câncer e tem pouco tempo de vida.

Decidida a manter segredo sobre seu estado de saúde, Ann se empenha em escrever e realizar uma lista de coisas importantes que ela gostaria de fazer antes de ir.

Minha Vida Sem Mim é delicado e comovente (se prepare para cenas fortes, como a das fitas de áudio), mas que, ao quebrar a regra das respostas clichês para a pergunta "o que você faria se soubesse que iria morrer em breve?", desperta para reflexões interessantes sobre o que é realmente importante na vida.

"Agora você sente que gostaria de tomar todas as drogas do mundo, mas todas as drogas do mundo não vão mudar o sentimento de que toda a sua vida foi um sonho e só agora você está acordando."




O Sétimo Selo
 (1957)

Outro filme que mostra a vã tentativa de "driblar" a Morte. Dirigido por Bergman, O Sétimo Selo conta como um valente cavaleiro, ao retornar das Cruzadas, encontra seu país devastado pela peste e pela loucura coletiva, até que a Morte o alcança. Orgulhoso de sua racionalidade, o bravo cavaleiro convence a Morte a disputar o seu tempo de vida em uma partida de xadrez.

"A fé é um tormento. É como amar alguém que está na escuridão e nunca aparece, não importa o quão alto você chame."



Enter The Void - Viagem Alucinante 
(2009)

Oscar é um usuário de drogas que mora em Tóquio com sua irmã caçula, Linda, que trabalha como stripper. Após ser baleado, Oscar morre e passa a observar a realidade num sobrevoo atemporal.

Entre o neón nauseante, numa odisseia pelo submundo de uma das maiores capitais do mundo, Enter The Void é uma experiência interessante e envolvente, com uma trilha sonora que contribui bastante para a sensação de estar, de fato, numa verdadeira viagem.

"Basicamente, quando você morre o seu espírito deixa o seu corpo. Na verdade, a primeira coisa que você vê é toda a sua vida refletida  num espelho mágico."



Gritos e Sussurros
 (1972)

Três irmãs estão reunidas na mesma casa por um fato trágico: uma delas está morrendo. As outras duas, com ajuda de uma empregada, oferecem os cuidados paliativos, mas não conseguem lidar com a presença da morte eminente, ao mesmo tempo que, secretamente, desejam que aconteça rapidamente.

Bergman, mais uma vez, oferece um olhar cruel (e, por isso mesmo, real) da natureza humana a e da alma feminina. Belo!

"Não existe alívio, nem caridade, nem ajuda! Nada!"



Minha Vida 
(1993)

Bob Jones recebe ao mesmo tempo duas notícias transformadoras: que ele será pai pela primeira vez e que ele tem uma doença terminal. Bob quer fazer parte da vida do filho a todo custo, então decide fazer um filme falando de si, da vida que leva e de como vê o mundo. No processo, Bob acaba descobrindo muito mais a seu respeito e compreendendo melhor a sua relação com a própria família.

Doce e engraçado, Minha Vida é um filme muito bonito, que merece ser visto.

"Morrer é uma forma muito dura de aprender sobre a vida."




Esperamos que tenha gostado da seleção. Se quiser contribuir com a sua dica, sinta-se livre para comentar. Lembrando que no mês que vem faremos uma postagem especial com um apanhado de todas as dicas deixadas no blog e na nossa página do facebook.

Dia 20/11 (quarta-feira) teremos nosso último Pimenta Nos Olhos Pra Ver Melhor (em 2013, claro!) e escolhemos um filme muito bacana pra discutir com você. Aguarde!


Até breve!

domingo, 3 de novembro de 2013

Sorria, hoje é domingo!


"Nem sempre o navio de nossa vida 
chega ao porto pretendido.
Mas nem desvio da rota, 
nem naufrágio, 
nada disso é derrota. 
Terrível é passar anos a fio
sem coragem de navegar,
ancorado na mesmice
a ver navios."

Ulisses Tavares




Veredas Psicológicas deseja pra você uma semana bem cheia... de ATITUDE

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

5 Livros Sobre: Psicoterapia clínica para iniciantes

É inegável que a escolha de enveredar pela prática clínica traz muitas angústias e ansiedades para o "prototerapeuta". Além do peso da responsabilidade para com aquele que o procura, o terapeuta iniciante muitas vezes questiona suas "habilidades" técnicas e compreensões teóricas, lutando contra a terrível sensação de nunca "estar pronto" para esse encontro com o sofrimento do outro.

Recomendamos, então, algumas leituras interessantes que podem servir de bálsamo para os corações desses estudantes e profissionais. Não obstante recomendamos que essas leituras sejam feitas de coração aberto, sem aprisionamentos de abordagens e filosofias. São relatos de experiências de pessoas que viveram uma vida voltada ao cuidar, cada qual no seu tempo e lugar, com sua visão de homem e de mundo. Não são manuais, nem livros de catequese. Não querem vender peixe. São pessoas que ousaram compartilhar. Então, amigos, ousem receber!



Tornar-se Pessoa 
Carl Rogers


Com 33 anos de experiência recebendo pessoas - crianças, adolescente e adultos - com as mais variadas demandas, Rogers fez um apanhado de tudo que aprendeu no seu processo de tornar-se psicoterapeuta.  


"Simplificando, o objetivo deste livro é o de compartilhar com vocês algo da minha experiência — alguma coisa de mim. Aqui está um pouco daquilo que experimentei na selva da vida moderna, no território amplamente inexplorado das relações pessoais. Aqui está o que vi. Aqui está aquilo em que vim a acreditar. Foi essa a forma como tentei verificar e pôr à prova aquilo em que acreditava. Aqui estão algumas das perplexidades, questões, inquietações e incertezas que tive de enfrentar. Espero que o leitor possa encontrar, neste livro que lhe é dedicado, algo que lhe diga respeito." - Rogers, 1997.




A Voz e o Tempo - Reflexões para Jovens Terapeutas
Roberto Gambini


Tem algo nas palavras do Gambini que enfeitiçam. Não seria errado dizer que esse "algo" é uma compilação da sua espontaneidade e abertura, do seu senso de realidade e da sua capacidade para invocar a magia que é Ser Humano.

No livro A Voz e o Tempo, Gambini não diz nada além do que viu, ouviu, refletiu e aprendeu. Ainda assim, nessa soberba simplicidade, o livro é uma oferenda aos que estão começando ou revendo seus caminhos profissionais.

Embora escrito por alguém que traz uma bagagem da Psicologia Analítica, o livro propõe um olhar que transcende abordagens e toca o que é de todos.

A Voz e o Tempo - Reflexões para Jovens Terapeutas ganhou o prêmio Jabuti de Psicologia e Psicanálise no ano de 2009.



"A voz e o tempo: o que o tempo fez com a minha voz, minha expressão. No decorrer dos últimos trinta anos, durante os quais me dediquei ao ofício da psicoterapia, acumularam-se em algum ponto do trajeto que leva das entranhas à mente, passando pelo coração, camadas sobre camadas de sentimentos, observações, pensamentos, aprendizados, experimentos, descobertas, questionamentos, formulações, tomadas de posição. O tempo operou sobre essa estratigrafia de impresseões e acabou revelando seu poder de moldar toda essa massa plástica sutil e transformá-la em palavra pronunciada, que agora apresento como texto dedicado a jovens terapeutas em busca de seus caminhos e de suas verdades." - Gambini, 2011




Cartas a um Jovem Terapeuta
Contardo Calligaris


Livro de cabeceira, geralmente comprado entre o segundo e o terceiro semestre de faculdade, Cartas a um Jovem Terapeuta é o clássico dos clássicos dessa lista. Ainda assim, sua validade permanece intacta e continuamos achando que, além da cabeceira, profissionais devem deixá-lo na estante da clínica também. Bem ao alcance das mãos.

Escrito num tom informal, numa conversa imaginária (?) com dois terapeutas iniciantes, Calligaris fala da sua experiência de vida, do seu percurso como psicanalista, deixando pontuações bem diretas e levantando questionamentos que fazem o leitor coçar a orelha e se perguntar: "como cheguei aqui?". As flores e dores do ofício, as diversas cores e matizes da alma do terapeuta.. Nenhum ponto fica de fora.


"A importância da confiança para que as curas funcionem vale provavelmente para todas as profissões da saúde. E vale mais ainda no caso da psicoterapia. Então, por que o psicoterapeuta não poderia esperar o tipo de vínculo duradouro e afetuoso que garante panetones, vinho e outros presentes nas festas? Voltarei sobre isso em outras cartas, mas, desde já, aqui vai: nenhuma psicoterapia, seja ela qual for, deveria almejar a dependência do paciente. Como disse antes, na psicoterapia, o terapeuta funciona um pouco como o remédio. Ora, transformar a confiança inicial numa eterna admiração e gratidão seria como substituir uma doença por uma toxicomania: você não tem mais pneumonia, mas tem uma necessidade visceral de tomar e venerar antibióticos. Ou, ainda, seria como curar um alcoolista tornando-o heroinômano. De fato, se a psicoterapia faz seu efeito, o paciente pára de idealizar o terapeuta. Tudo isso apenas para dizer que, se você gosta da idéia de ser um notável na cidade e de se sentir amado, a psicoterapia talvez não seja a melhor escolha profissional para você." - Calligaris, 2004




Escarafunchando Fritz
Fritz Perls


Perls era uma figura incrível! Com todas as suas mazelas e inconstâncias, conseguiu algo que poucos dão conta: ser ele mesmo, apesar de. A cereja do bolo foi contar como tudo aconteceu, num livro engraçado e comovente, escrito num ato de criação tão espontâneo (que chega a deixar o leitor tonto), dando lugar a "tudo que quiser ser escrito". 

A narrativa é tão flúida e tão permeada com a sua experiência pessoal, que o nascimento da Gestalt-terapia acaba sendo um detalhe, entre tantos e tantos construídos nada sutilmente nessa autobiografia.



"Se você odeia algo que existe
Isso é você, embora seja triste.
Pois você é eu e eu sou você
Você odeia em si mesmo
Aquilo que você despreza.
Você odeia a si mesmo
E pensa que odeia a mim.
Projeções são a pior coisa.
Acabam com você, o deixam cego
Transformam montinhos em montanhas
Para justificar seu preconceito.
Recupere os sentidos. Veja claro.
Observe aquilo que é real,
E não aquilo que você pensa.” - Perls, 1979




Em Busca de Sentido 
Viktor Frankl


O que esperar de um livro com o subtítulo "Um psicólogo no campo de concentração"? No relato autobiográfico de Viktor Frankl temos a oportunidade de acessar suas memórias mais dolorosas, afim de compreendermos a elaboração do seu olhar: "O que realmente importa não é o que nós esperamos da vida, mas antes o que ela espera de nós."

Dividido em duas partes, o livro relata a experiência de Frankl enquanto prisioneiro dos nazistas e, depois, a construção de sua teoria e prática psicoterapêutica com o apanhado dessa experiência. Comovente e mobilizador, Em Busca de Sentido é uma leitura obrigatória para quem quer entender melhor a função principal do fazer psicoterapia.


"Dostoievsky afirmou certa vez: 'Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento". Essas palavras ficavam passando muitas vezes pela cabeça da gente quando se ficava conhecendo aquelas pessoas cujo comportamento no campo de concentração, cujo sofrimento e morte testemunham essa liberdade interior última do ser humano, a qual não se pode perder. Sem dúvida, elas foram 'dignas dos seus tormentos'. Elas provaram que, inerente ao sofrimento, há uma conquista, que é uma conquista interior. A liberdade espiritual do ser humano, a qual não se lhe pode tirar, permite-lhe, até o último suspiro, configurar a sua vida de modo que tenha sentido. Pois não somente uma vida ativa tem sentido (...) Se é que a vida tem sentido, também o sofrimento necessariamente o terá." - Frankl, 2005



Tem alguma dica interessante pra compartilhar com a gente? Vá em frente! Use e abuse dos comentários! 

Até breve!

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Acompanhamento Terapêutico (AT)

Veredas Psicológicas está promovendo em Fortaleza o curso sobre Acompanhamento Terapêutico, que ocorrerá nos dias 01, 02 e 03 de Novembro e será facilitado pela Profa. Marcele de Freitas Emerim (Doutoranda da Universidade Federal de Santa Catarina, coordenadora e professora do curso de Acompanhamento Terapêutico do Instituto Muller-Granzotto em Florianópolis). 

Mas você sabe o que é Acompanhamento Terapêutico (ou "AT", para os íntimos)?

O paradigma contemporâneo de atendimento em saúde mental é constituído por um fazer psicossocial. 

Assim, o processo terapêutico funciona como uma estratégia que supera a simples passagem do paciente dos estados de “desabilidade/incapacidade” para os estados de “habilidade/capacidade”, passando a ser um fazer global, múltiplo, ético e solidário, ajudando as pessoas a se ajustarem aos seus afazeres cotidianos, viabilizando o melhor nível de autonomia possível para a vida em comunidade.


E esta é exatamente a proposta do Acompanhamento Terapêutico!

O AT se caracteriza por ser uma terapêutica que se faz em movimento, daí o termo “acompanhamento”. O AT pode se fazer pela prática de saídas pela cidade ou de estar ao lado da pessoa em dificuldades psicossociais. Mas não basta dizer que o AT ocorre na rua, ou na casa do paciente (isto caracterizaria o que chamamos de atendimento domiciliar).


O AT, na verdade, pode passar por vários lugares sem se fixar, seguindo a espontaneidade da relação com o paciente, exercitando uma escuta clínica, com a intenção de se montar um guia terapêutico para desinstalar o indivíduo de sua situação de dificuldade, tentando criar algo novo na sua condição, para que possa articular-se novamente em seu espaço social, exercendo seu direito à cidadania.


Seguindo o desafio da consolidação de uma rede de atendimentos mais atualizada, antissegregacionista, voltada para possibilitar novas perspectivas de vida ao indivíduo portador de sofrimento psíquico, o AT é um fazer interdisciplinar. Pode se associar como uma estratégia a mais em serviços tais como os Centros de Atenção Psicossocial (os CAPS) e os Ambulatórios de Saúde Mental, e, mesmo, os serviços de internação, caracterizados pela prática multiprofissional e articulados a saberes de Enfermagem, Medicina, Psicologia, Serviço Social e Terapia Ocupacional.


"Esta proposta é contrária à visão de uma simples adaptação do indivíduo à sociedade. É necessário que uma intervenção terapêutica o convide a sustentar sua diferença, sem precisar excluir-se do social. Daí, a consideração de que o trabalho clínico no AT deva conduzir o tratamento de forma tal que o sujeito siga o caminho que lhe seja próprio - mantendo-o, ao mesmo tempo, dentro dos limites cabíveis da cultura.”



Que casos podem precisar de AT?

- Urgências psiquiátricas
- Descompensações psicóticas
- Risco de suicídio
- Depressão, Síndrome do Pânico, Transtornos Alimentares
- Doenças terminais
- Demência vascular ou Alzheimer, perdas cognitivas ou neurológicas
- Clínica oncológica
- Toxicomanias, alcoolismo
- Autismo
- Clínica infantil


E aí? Que tal aprofundar mais os conhecimentos sobre essa prática ainda tão pouco difundida aqui no Ceará? 




Fontes do texto:




domingo, 6 de outubro de 2013

Sorria, hoje é domingo!


Desejamos uma semana um pouco fora da televisão, fora da internet, fora do videogame e bem dentro da VIDA




"Viva de tal modo que, ao olhar para trás, não se arrependa de ter desperdiçado sua vida. Viva de tal modo que não se arrependa do que fez ou não deseje ter agido de outra forma. Viva uma vida digna e plena. 
Viva."

(Elizabeth Kubler-Ross - A Roda da Vida)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

10 Filmes Sobre: Velhice

Velhice, terceira idade, melhor idade... Já perceberam que hoje nos deparamos com tantos nomes e tanto tabu pra se falar da coisa mais natural e óbvia da vida, o amadurecimento? Fugimos disso como diabo foge da cruz, inventando todo dia alguma coisa que faça perdurar essa tão idealizada juventude. 

A lista de filmes dessa semana, pensada a partir das comemorações do Dia do Idoso (1º de Outubro), vem pra nos fazer refletir sobre os vários aspectos que envolvem as realidades da(s) velhice(s). Mas também para celebrá-la! 


Amor
(2012)

Aos 80 anos, Georges e Anne são professores aposentados que vivem uma vida tranquila. Os anos trouxeram experiências felizes e construtivas, mas também limitações esperadas pela idade. Um dia, durante o café da manhã, Anne sofre um derrame, ficando com o lado direito do corpo paralisado. Obediente ao desejo da esposa, Georges decide cuidar dela em casa, mas a crescente debilitação de Anne traz consequências cada vez mais pesadas e onerosas, colocando à prova o amor de George numa grande luta por dignidade.

Um filme duro, porém inesquecível. Ensina que diante do inevitável, o respeito e a responsabilidade são as maiores demonstrações de amor.  

"As coisas continuarão e, um dia, tudo estará terminado."



Elsa & Fred
(2005)

Fred é um viúvo hipocondríaco, cheio de rabugice, que se muda para o mesmo prédio de Elsa, uma argentina espevitada, caloteira e apaixonada pela vida. Por obra do acaso, os dois iniciam um relacionamento cheio de descobertas, em plena terceira idade.

Muito gostoso esse filme argentino dirigido por Marcos Carnevale , que também dirigiu o excelente “Anita”. “Elsa & Fred” é uma comédia romântica original e delicada, daquelas pra guardar e assistir quando a vida parecer amarga demais.

"Eu te amo. O amor também faz mal pra esse seu corpinho, de velhinho, frágil e enfermo?"



UP – Altas Aventuras
(2009)

Uma animação das mais graciosas já feitas pela Pixar, conta a história de Carl, um senhor de quase 80 anos, que gosta de manter o seu espaço pessoal (vulgo “ranzinza” para os mais jovens).

Tolhido por uma cidade em rápido desenvolvimento e ameaçado por seu filho para ir morar em uma casa de repouso, Carl arquiteta um plano mirabolante que envolve vários balões e um antigo desejo: conhecer as terras selvagens da América do Sul. O único imprevisto nos planos de Carl foi ter um acompanhante inesperado de apenas oito anos de idade.

Prepare-se para se emocionar logo nas primeiras cenas!

"A aventura está lá fora!"



RED – Aposentados e Perigosos
(2010)

Que tal um filme de ação (e muita ação) em que os personagens são todos aposentados? 

Com elenco estrelar, o filme conta a história de ex-agentes da CIA que se reúnem novamente para combater um vilão internacional. Até aí, o roteiro é bem comum. Interessante é observar os detalhes das histórias de cada personagem: a solidão, o tédio, a sexualidade, as frustrações, as limitações físicas, a visão de futuro (ou a falta dela), etc.

Bruce Willis, Hellen Mirren, Morgan Freeman e John Malkovich (todos acima dos 60) estão divertidíssimos! Vale a pena conferir!

"Aposentados, extremamente perigosos."




Cocoon
(1985)

Um clássico do cinema, Cocoon é uma comédia dramática que proporciona reflexões interessantes sobre ser/estar velho.

Um grupo de idosos começa a perceber mudanças de vigor e disposição após nadarem numa piscina, que deveria ser de acesso restrito. Descobrem, então, que ali estão casulos de alienígenas, escondidos por membros infiltrados em sua comunidade, que tentam a todo custo voltar pra casa. O grupo começa uma jornada para ajudar os novos amigos em sua empreitada, com recompensas inusitadas.

"Homens têm que ser exploradores, não importa que idade tenham."



Conduzindo Miss Daisy
(1989)

Miss Daisy é uma senhora judia, residente de uma cidade no sul dos Estados Unidos, na década de 1950. Mesmo após um sério acidente, ela tem dificuldade para aceitar que sua habilidade como motorista não é das melhores. Seu filho, preocupado, resolve contratar um profissional, um homem negro chamado Hoke Colburn.

A partir daí a história desenrola, mostrando a aproximação dos personagens, a delicada evolução de seu relacionamento e a transcendência de suas inúmeras diferenças.

Jessica Tandy, que interpreta Miss Daisy, também fez outro filme excelente dentro do tema: “Tomates Verdes Fritos”. Recomendadíssimo!

"Hoke, você é meu melhor amigo."




Gran Torino
(2008)

Walt Kowalski é veterano da Guerra da Coréia. Continuou morando na mesma casa, mesmo após a morte da esposa, e dedica-se apenas aos cuidados com seu Gran Torino 1972. Os filhos (percebam a recorrência) querem que ele vá morar numa casa para idosos. Com raiva e afundando em solidão, Walt, ironicamente, vê seu bairro ser cada vez mais habitado por imigrantes asiáticos pobres.

As coisas começam a mudar quando um de seus vizinhos tenta roubar seu Gran Torino. A partir daí, Walt se aproxima do jovem “ladrão” e de sua família, gerando consequências na vida de todos.

Um filme interessante sobre envelhecimento, preconceito e xenofobia. Vale a pena conferir.

"Uma vez, consertei uma porta que não estava nem quebrada ainda..."




Antes de Partir
(2007)

Talvez um novo clássico sobre envelhecimento, Antes de Partir conta como dois homens, vindos de mundos bem diferentes, se encontram numa ala hospitalar para pacientes com câncer e percebem que suas diferenças não significam nada diante do destino que os une. 

Os dois, então, fazem um pacto de realizar todos os seus desejos antes de morrerem. Uma comédia divertida e inspiradora. Mais uma vez, Morgan Freeman nos encanta com uma atuação fantástica.


"Nós vivemos, nós morremos e as rodas do ônibus continuam girando e girando..."



O Mestre da Vida
(2006)

John é um jovem pintor que não consegue manter um bom relacionamento familiar, sentindo-se sempre incompreendido pelo pai. Por vias do destino, seu caminho cruza o do seu ídolo, o famoso pintor russo Nicoli Seroff. Mas o que John encontra não é mais o audacioso e apaixonado pintor, mas um idoso solitário e de temperamento difícil, que enfrenta problemas com bebida e não consegue se recuperar da perda da esposa.

O relacionamento dos dois revive o interesse de Nicolai pela arte e traz um precioso amadurecimento para John. "O Mestre da Vida" é um filme muito bonito sobre as difíceis transições da vida e sobre a dor do luto.

"Um mestre. Um estudante. Um verão para sonhar."




Dois Velhos Rabugentos
(1993)

Jack Lemmon e Walter Matthau (o eterno Sr. Wilson!!) interpretam John e Max, dois velhos conhecidos e vizinhos que, desde crianças, nunca se deram bem, sempre brigando por qualquer motivo. Depois de velhos, a principal diversão de suas vidas é procurar formas de infernizar a existência um do outro. A relação entre eles fica ainda mais complicada quando uma nova vizinha aparece e os dois se apaixonam por ela, aumentando (se possível) a antiga rivalidade.

Divertido seguindo o melhor humor pastelão, mas também cheio de pequenos detalhes tocantes, como as dificuldades nas relações familiares vividas pelos personagens. 

"Crianças; não dá pra viver com elas, não dá pra atirar nelas."




E por hoje é só, pessoal! 

Lembrando que por conta da correria do coquetel (para o qual você já está convidado!), não teremos o nosso Pimenta Nos Olhos Pra Ver Melhor no mês de Outubro. Mas em Novembro estaremos de volta com um tema interessante e polêmico: Suicídio.

Aguardamos você no dia 11/10 pra celebrar com a gente e curtir a palestra do Prof. Perisson Dantas

Até lá!